VERDADES DURAS DE ENGOLIR?
Entenda o que a Esofagite Eosinofílica tem a ver com isso.
Entenda o que a Esofagite Eosinofílica tem a ver com isso.
A esofagite eosinofílica (EoE) é uma doença inflamatória crônica do esôfago, caracterizada pelo acúmulo de eosinófilos, um tipo de glóbulo branco, na mucosa esofágica. Essa condição pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em adultos jovens e crianças. Neste post, vamos explorar os principais aspectos dessa doença, incluindo sintomas, causas, diagnóstico e opções de tratamento.
O QUE É A ESOFAGITE EOSINOFÍLICA?
A EoE é uma condição relativamente nova no campo da gastroenterologia, tendo sido reconhecida como uma entidade clínica distinta apenas nas últimas décadas. A inflamação causada pela presença de eosinófilos no esôfago pode levar a uma série de sintomas, que variam dependendo da idade do paciente.
Em crianças pequenas:
Dificuldade em se alimentar, vômitos e irritabilidade.
Em crianças mais velhas e adolescentes:
Dor abdominal,
Vômitos,
Dificuldade para engolir (disfagia) e
Sensação de alimentos presos na garganta (impactação alimentar).
Em adultos:
Disfagia,
Impactação alimentar e
Dor no peito
Azia crônica que não responde bem aos tratamentos convencionais.
CAUSAS E FATORES DE RISCO
A causa exata da EoE ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que ela está relacionada a uma resposta imune anormal a certos alérgenos, como alimentos ou alérgenos inalados. Os fatores de risco incluem:
História familiar de doenças alérgicas: Alergias alimentares, asma, dermatite atópica e rinite alérgica são comuns entre os pacientes com EoE.
Sexo masculino: Homens são mais afetados do que mulheres (3:1).
Histórico de alergias: Pacientes com alergias alimentares ou ambientais estão em maior risco de desenvolver EoE.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?
O diagnóstico da EoE é feito através de uma combinação de história clínica, endoscopia e biópsia esofágica. Durante a endoscopia, o médico pode observar sinais de inflamação no esôfago, como estrias, anéis e exsudatos.
Os cinco achados típicos da EoE, ao exame endoscópico, são:
inchaço da mucosa esofágica, que pode dar ao esôfago uma aparência pálida ou esbranquiçada, e é um dos sinais mais comuns de inflamação.
Estruturas concêntricas que se formam ao longo do esôfago, dando uma aparência de "esôfago traquealizado".
Depressões ou estrias longitudinais na mucosa esofágica, que podem ser vistas como linhas finas ao longo do comprimento do esôfago. São um sinal de inflamação crônica.
Placas esbranquiçadas que se formam na superfície da mucosa esofágica devido à presença de células inflamatórias e detritos.
Entrevista do Dr. Fernando Lander ao canal da Clínica Factum no YouTube e Spotify com Dr. Nelson Liboni sobre Esofagite Eosinofílica. Neste episódio discutimos a importância do tratamento precoce no prognósticos de pacientes com esofagite eosinofílica (Acesse em: youtu.be/a0GqnRGVSDM?si=Pz0yXU6q_uhQna9_ ).
Dr. Fernando Lander em palestra no EoExperience promovido pela Sanofi (outubro de 2024). O objetivo é a conscientização de médicos especialistas e endoscopistas sobre a importância do diagnóstico precoce e boas práticas endoscópicas no manejo da esofagite eosinofílica.
No entanto, a confirmação do diagnóstico depende da análise histológica da biópsia, que revela a presença de um grande número de eosinófilos na mucosa esofágica (maior ou igual a 15 eosinófilos por campo de grande aumento ou que 60 por mm2).
A ausência desses sinais não afasta o diagnóstico da doença. Por este motivo, paciente de risco e com sintomas de disfagia devem ser submetidos a biópsias, mesmo que o aspecto endoscópico seja de um esôfago normal
TRATAMENTO E MANEJO
O tratamento da EoE geralmente envolve uma combinação de terapia medicamentosa e mudanças na dieta:
Dieta de eliminação: Identificar e evitar os alimentos que desencadeiam a inflamação é uma estratégia crucial. Isso pode ser feito através de uma dieta de eliminação ou testes de alergia.
Corticoides tópicos: Medicamentos como a fluticasona ou a budesonida, aplicados diretamente no esôfago, podem reduzir a inflamação.
Inibidores da bomba de prótons (IBPs): Embora tradicionalmente usados para tratar refluxo ácido, os IBPs também podem ser eficazes em alguns casos de EoE.
Dupilumab: Recentemente aprovado para o tratamento de EoE, o dupilumab é um anticorpo monoclonal que bloqueia a interleucina-4 (IL-4) e a interleucina-13 (IL-13), duas. proteínas envolvidas na resposta inflamatória. Estudos têm demonstrado que o dupilumab pode reduzir significativamente o número de eosinófilos no esôfago e melhorar os sintomas em pacientes com EoE, tornando-se uma opção importante para aqueles que não respondem bem aos tratamentos convencionais
CONCLUSÃO
A esofagite eosinofílica é uma condição desafiadora, mas com diagnóstico precoce e manejo adequado, é possível controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Se você suspeita que pode ter EoE, é fundamental procurar um especialista em gastroenterologia para uma avaliação completa e personalizada.
Se você apresenta algum dos sintomas de EoE, fale comigo para uma avaliação endoscópica.
Estreitamento do esôfago devido à inflamação crônica e subsequente cicatrização. Isso pode levar a dificuldade para engolir (disfagia) e é uma complicação comum em casos não tratados de EoE.