A endoscopia digestiva alta continua a ser um campo fascinante com muitas facetas interessantes. Aqui estão mais dez curiosidades sobre este exame essencial:
1. **ORIGEM DO NOME
O termo "endoscopia" vem do grego: "endo" significa "dentro" e "skopein" significa "observar". Assim, a palavra literalmente significa "observar por dentro".
2. ENDOSCOPIA VIRTUAL
A endoscopia virtual é uma técnica não invasiva que usa tomografia computadorizada (TC) para criar imagens detalhadas do trato gastrointestinal. Embora não substitua a endoscopia tradicional, pode ser uma alternativa para pacientes que não podem fazer o exame convencional por algum motivo como impossibilidade de acesso a determinadas regiões do trato digestivo ou risco elevado de complicações.
3. INOVAÇÕES FUTURAS
Pesquisas em andamento estão desenvolvendo softwares com inteligência artificial com o intuito de aumentar a precisão e capacidade diagnósticas dos exames endoscópicos em geral. Essas tecnologias atuam tanto sugerindo áreas da mucosa para que o endoscopista avalie mais detalhadamente como analisando a estrutura de pólipos e lesões e sugerindo se tal lesão é ou não maligna. Tecnologias de alta resolução, como 4K, e inteligência artificial (IA) na endoscopia apresentam potencial para melhora a precisão do diagnóstico, permitindo a detecção de anomalias que poderiam ser perdidas com equipamentos menos avançados
Cromoscopia com índigo-carmim (corante). A área rosada indica um adenocarcinoma gástrico precoce (não invasivo).
4. USO DE CORANTES
Durante a endoscopia, médicos podem usar corantes especiais para realçar áreas suspeitas do trato gastrointestinal, facilitando a detecção de lesões ou anormalidades e conferindo a elas um destaque para uma melhor avaliação.
5. ECOENDOSCOPIA
A ecoendoscopia combina endoscopia com ultrassom, permitindo a visualização de estruturas internas que estão fora do alcance da visão direta, como as camadas da parede gastrointestinal e órgãos adjacentes. É útil na avaliação de tumores e na biópsia de lesões profundas.
6. TREINAMENTO EXTENSIVO
Realizar uma endoscopia requer treinamento especializado. Para se tornar um endoscopista atualmente o médico necessita cumprir, além dos seis anos de faculdade de medicina: dois anos de residência em cirurgia geral ou clinica médica e mais dois anos de residência em endoscopia digestiva. Alguns colegas ainda fazem dois anos de residência em gastroenterologia. Para um treinamento ainda mais avançado, alguns serviços oferecem o terceiro ano em endoscopia digestiva, com foco em ecoendoscopia e endoscopia das vias biliares (CPRE). Sendo assim, podem ser necessários de 10 a 13 anos de estudo para formar em endoscopista digestivo”
7. PROCEDIMENTO AMBULATORIAL (MAS NEM SEMPRE)
A endoscopia digestiva alta é geralmente realizada como um procedimento ambulatorial. Isso significa que não há necessidade de internação, e os pacientes podem ir para casa no mesmo dia, retornando rapidamente às suas atividades normais. No entanto, pacientes com mais risco de complicações relacionadas ao procedimento, ou que serão submetidos a terapias mais complexas, podem necessitar de internação.
Médico residente em endoscopia realizando exame endoscópico sob supervisão direta do staff.
8. ENDOSCOPIA PEDIÁTRICA
A endoscopia não é apenas para adultos. Crianças também podem precisar do exame para diagnosticar e tratar condições gastrointestinais. Os endoscópios pediátricos são mais finos e especialmente projetados para uso em pacientes jovens.
9. OS JAPONESES SÃO OS MELHORES DO MUNDO NA ENDOSCOPIA
O Japão tem uma longa história de inovação e aperfeiçoamento em endoscopia. Muitas das técnicas avançadas e tecnologias endoscópicas, como os modernos aparelhos de hoje e técnicas como a Dissecção Endoscópica da Submucosa (ESD), foram desenvolvidas e aperfeiçoadas no Japão. O Japão tem uma forte cultura de triagem preventiva. Programas nacionais incentivam a população a realizar exames endoscópicos regulares, especialmente para detectar câncer gástrico em estágios iniciais, uma prática que tem salvado muitas vidas. Neste país o câncer gástrico apresenta incidências muito mais elevadas do que em outros países do mundo. Desta forma, o aperfeiçoamento em endoscopia digestiva foi uma necessidade do povo japonês.
Dr. Fernando Lander durante treinamento de capacitação em cirurgia endoscópica e dissecção submucosa (ESD) no Japão (2017).
10. MONITORAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS
Para pacientes com condições gastrointestinais crônicas, como a doença de Crohn ou a colite ulcerativa, a endoscopia é uma ferramenta essencial para monitorar a progressão da doença, avaliar a eficácia do tratamento e detectar precocemente complicações.
A endoscopia digestiva alta é uma tecnologia vital que continua a evoluir, oferecendo benefícios significativos para a saúde gastrointestinal. Se você tem preocupações sobre sua saúde digestiva ou se seu médico recomendou uma endoscopia, entender esses aspectos pode ajudar a aliviar a ansiedade e preparar você para o exame.